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domingo, 4 de janeiro de 2015

Pistóia - cidade do Blues Festival e de memórias do Brasil



Conhecida como “cidade de pedra encantada”, Pistóia se localiza aos pés da cordilheira dos Apeninos, a 50 min de Florença. É pequena, simples e cheia de charme. O município tem como principal atividade o cultivo de plantas ornamentais e flores, que fornece para todo o país. São imensos terrenos cultivados com esmero e delicadeza, com mostras de pinheiros e fícus decorados nas mais diversas formas. Infelizmente não consegui fotografá-los, pois chovia nos dias em que passei por eles e as estradas italianas não possuem acostamento, lamentavelmente. 

A cidadezinha é um encanto, com suas ruas largas e jeito de interior. Contudo, não se engane, pois é um celeiro artístico e cultural, sendo a maior expressão o Festival Anual de Blues, que recebe artistas de todo o mundo e não só desse estilo. Tive o prazer de assistir ao show de Jack Johnson em uma praça, numa noite mágica. Esse ano, tocarão Santana e Sting, entre outros famosos da música. A gastronomia local também encanta. Numa das ruas, diversos restaurantes e ao fim, o mercado com barracas de hortifruti que enchem os olhos.







Vale a pena conferir também local do Cemitério Militar Brasileiro, onde fica atualmente o monumento ao soldado desconhecido. Esta cidade acolheu os corpos dos soldados brasileiros mortos na segunda guerra mundial, tendo sido trasladados para o Brasil apenas em 1960. Será minha próxima visita.

Num passeio em dia chuvoso encontrei velhos hippies, jovens em rodas de música, um jardim de contos de fadas, cerveja da melhor qualidade, gente de riso fácil e muito solícita com os visitantes, com um carinho especial pelo Brasil.







sábado, 3 de janeiro de 2015

Florença: perder-se para se encontrar é preciso.

A viagem de 2014 teve como primeiro destino a cidade de Florença, alcançada às 18h00, após o início às 06h00 do dia anterior. Ajustando a ordem cronológica: saí da minha cidade com destino a Salvador/Ba, onde esperei a saída do vôo internacional das 07h00  às 17h00. Próxima parada em Lisboa, às 06h00 do dia seguinte, saindo às 09h00 para Roma, de onde fui de trem do aeroporto de Fiumicino para a Estação Termini. De lá, após o almoço e umas voltas para matar a saudade do calor, do burburinho frenético, do ritmo enlouquecedor de chegadas e partidas de quem sempre quer ficar, o último e esperado trecho no trem para Florença, uma caminhada com mala até o hotel e a delícia de ser reconhecida pelo recepcionista, que vendo meu cansaço, pulou os protocolos e me deu a chave de entrada no paraíso: um quarto com banho morno e cama! Mas, para enfrentar o Jet Leg, faltava algo mais interessante.
Depois do banho e meia hora esticando a coluna, fui ao Il Latini seguindo o instinto e a fome. Seguindo a tradição, fui encaixada numa mesa comprida de seis lugares, entre dois casais. Um chinês, comemorando a lua-de-mel e outro australiano, comemorando trinta anos de casados. Após uma garrafa de vinho sorvida como bálsamo para as dores do corpo e da alma, falavamos todos a mesma língua, trocando confidencias emocionadas sobre as histórias de cada um; celebrando o amor e brindando a vida. Segui o roteiro completo de uma refeição italiana, destacando o delicioso nhoque de vitela e a sobremesa: torta da vovó. O garçom que também me reconheceu, ofereceu de cortesia o "cantuccini" com "vin santo"...parte que repeti. É certo que a farra gastronômica e afetiva afetou-me mais que o devido, mas acertei voltar ao hotel, onde finalizei a noite com uma crise de baixa autoestima do meu estômago, que se recusava a crer-se merecedor do paraíso e me fez discutir a relação com o vaso sanitário por algumas horas. O brinde final foi com antiacido. Mas faria "tudo outra vez se preciso fosse", assim como vaticinou a canção.

Dessa vez aboli definitivamente o mapa e me perdi e me achei em lugares iguais tão diferentes. O começo é igual, o Duomo ou Igreja principal da cidade, a de Santa Maria dei Fiori, com a cúpula de Bruneleschi a identificar que o viajante chegou definitivamente na cidade mais bela do planeta.

O almoço foi na Praça do Espírito Santo - Piazza Santo Espirito, que abriga a igreja de mesmo nome e é um lugar frequentado pelos locais que vão comprar hortifruti nas bancas que por ali vendem, bem como pelos turistas nos restaurantes que se estendem nas calçadas e os jovens descolados, pois parece que ali à noite é o local onde as baladas culturais acontecem.




Como descobertas dos passeios aleatórios, está o Museu Salvatore Ferragamo - http://www.ferragamo.com/museo/it/ita , na ocasião com a mostra chamada "Equilibrium", muito interessante e sem as famosas "hordas de turistas". Apesar de ficar no subsolo da loja, é climatizado e uma boa pedida para fugir do calor lá fora.




Após andar sem rumo por horas, deparei-me com uma escadaria no caminho do bairro de San Nicoló, que a curiosidade me fez subir, para descobrir que terminava numa ladeira quase sem fim. Sem pressa, comecei a subida, confiante no ditado que para baixo todo santo ajuda, a me salvar em caso de desistencia. Sem a menor noção de onde iria chegar, percebi que se aproximava um temporal e apressei o passo. Ao fim, o espetáculo do Forte di Belvedere, aberto somente quando há mostras, como a chamada Prospettiva Vegetale, de Giuseppe Penone, com esculturas gigantes em arvores e pedras. A proximidade da chuva me fez retornar correndo, para ser surpreendida com sua desistencia, às portas da cidade. Era um dia que merecia lágrimas, a vergonhosa despedida do Brasil da copa seria o programa de logo mais. Sem comentarios.







Saboreando as ruas de história, beleza, resistencia e arte, descobri o conceitual Hotel Gallery Art, com sua exposição que avançava pela rua, até a loja da Leica, defronte.  Era denominada Personal/Unpersonal e composta de 18 criaturas brancas da autoria do Arquiteto e Dsigner italiano Simone D'Auria. Impressionavam e convidavam os caminhantes a uma parada para, no mínimo, questionamento sobre o que deve ser apenas sentido. 



Noutro dia, seguindo o instinto ou o vento, ou alguém que simplesmente sabia aonde estava indo, cheguei num restaurante simples e muito tradicional, com comida confortavel e deliciosa, chamado Trattoria del Pennello. Fui atendida pelo Sr. Gino Brogi, com a hospitalidade dos florentinos aos que se esforçam por falar sua língua, ou seja, com generosidade e empatia. Segue o site para consulta: http://www.ristoranteilpennello.it/




Para finalizar o post, algumas imagens icônicas de Florença, onde sempre vale a pena voltar.

 Lungarno
Ponte Vechio
 Estatuas da Piazza Della Signoria
 Davi e o entardecer



Rio Arno