Total de visualizações de página

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Dolce Siena

Diz a lenda que Siena foi fundada por Aschio e Senio, filhos de Remo - irmão de Romulo - míticos fundadores de Roma.  É conhecida pelo patrimônio artístico e a arquitetura de seu centro histórico, especialmente a Piazza del Campo onde se localiza o prédio do Palazzo Comunale e onde acontece a corrida de cavalos conhecida como Palio, no verão.
Fui a Siena de trem, saindo de Pisa, numa viagem de cerca de 2h, com baldeação em Empoli. A estação é distante do centro histórico e convém tomar um ônibus, cujo ponto fica no fundo do shopping que está na praça, no lado oposto da estação. O acesso é por dentro do shopping, descendo pelo elevador que fica no final. Vá sabendo qual linha tomar, pois os motoristas não dão informação... aliás, foi o único lugar que vi darem informação errada!  Tem um ponto de informações turísticas na própria estação de trem. Quando chegar no local mais próximo da praça, simplesmente siga a multidão... Caso decida ir de carro, prepare-se para o transtorno de encontrar um estacionamento e mesmo assim caminhar muito. As  ruelas do centro histórico são estreitas e muitas não permitem a passagem de carro. Mas vale a pena a caminhada, é uma das mais autenticas sensações de estar numa cidade medieval e a Piazza del Campo tem uma energia indescritível. Seu formato em concha é um desafio à lógica e simplesmente sentar e observar é a melhor indicação para curti-la. No canto direito da praça, perto do Palazzo Comunale ficam a doceria e a sorveteria que mais me encantam na Toscana... vou ficar devendo os nomes J.  Nessa doceria compro os presentinhos disputados pela família: azeite aromatizado de limão e um dolce chamado panforte - http://www.panfortefiore.it ... tem gente que só vai embora depois que abro a mala e distribuo... Há muitos restaurantes na praça, mas busque indicação antes de se aventurar. Gostei muito de comer na Trattoria Papei, no fundo da praça do mercado.
Siena também tem igrejas que impressionam, como a Catedral, semelhante à de Orvieto e San Domenico. É uma cidade abençoada e tive o privilégio de retornar em excelentes companhias que acresceram ainda mais encanto e passione... lembram do final da novela? A última cena de Tony Ramos e Patrícia Pilar foi por lá... APAIXONANTE!

Estação de trem
 Piazza del Campo

 Palazzo Comunale


 Fonte Gaia
 Ruas de Siena

 Catedral de Siena
 Igreja de San Domenico
 Devoção a Santa Catarina de Siena

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mangia che te fa bene!

A comida italiana merece um post específico. A sedução é tamanha que quando lembrava de fotografar, geralmente já tinha terminado o prato. É uma comida que agrada a muitos paladares e o modo de servir, um patrimônio cultural, pois não condiz com a pressa dos tempos desesperados.  
Inicia com os antipasti variados, seguindo indicação de salada ou frutos do mar ou ainda a clássica e maravilhosa mistura de prosciutto e melão.  Em seguida vem o primeiro prato, chamado de primo piato, que pode ser uma pasta, risoto ou sopa, seguindo a sugestão do prato que mais amo: spaghetti alle vongoli. Passa-se ao prato principal, chamado de secondo, composto de carne ou peixe, que pode vir acompanhado de verduras. Depois vem a sobremesa ou dessert, que pode ser uma fruta ou doce, com honras para o famoso tiramissu.  Alguns restaurantes servem ainda uma dose de limoncello – licor de limão siciliano ou de vinsanto com canttucini, uma espécie de licor com alta gradação alcoólica. Para encerrar a farra gastronômica, um espresso, escrito assim mesmo e que consiste em um gole de café forte que molha apenas o fundo da xícara... e nem adianta perguntar se veio errado. Mas perceba que é a dose mais do que certa, pois se for seguido esse roteiro, certamente não suportará mais do que esse pequeno gole que serve para despertar os demais sentidos, adormecidos pelo ápice do prazer de comer muito bem.
Lembre-se de acompanhar as refeições com um bom vinho e beber ao menos meia garrafa, mas não tente fazer mais nada depois! Caso queira, escolha apenas uma entrada+secondo+espresso ou um primo+dessert+espresso e poderá retomar as caminhadas ou fazer um programa mais ousado.
A cozinha toscana me cativa de modo particular, com a presença intensa de suas entradas, em especial a bruscheta com fígado de galinha, o queijo peccorino e o mel com seu gosto marcante. Outro sabor particular é o das trufas e do funghi porcini que perfumam o paladar dos risotos e pastas. A grigliata lembra o nosso churrasco e dentre as carnes, a bisteca fiorentina é a rainha. Uma curiosidade da cozinha brasileira nordestina encontrada por lá é a tripa, só que o preparo leva molho de tomate e ervas.
Todos perguntam pela pizza italiana e confesso que ainda não me apaixonei por ela. Na próxima viagem, vou me dedicar a encontrar o sabor da verdadeira pizza, que não está nas cantinas ou trattorias, mas na intimidade das cozinhas familiares... já tenho alguns convites!
O sorvete ou gelato é uma das maiores diversões para os dias quentes do verão. Em todas as cidades se encontram sorveterias que buscam a excelência. A que vence todos os prêmios fica na cidade de San Giminiano e a fila na porta é uma tradição. Minha preferida fica na Piazza del Campo em Siena e esse ano encontrei uma especializada em picolé de frutas, na rua principal de Florença, perto da Ponte Vecchio. Esqueci dos nomes...hehe!
Para os italianos, comer é um verdadeiro ritual de prazer e acolhimento, é o melhor modo de dizer: benvenutto in Italia!
... mas de todas, a melhor das refeições foi numa casinha que aluguei na cidade de Orciatico. Massa pronta de supermercado, molho sugo em lata, atum em lata, um pouco de criatividade e um vinho Chianti clássico... a primeira refeição feita por mim e para mim no interior da Toscana, em homenagem a todos os amigos que viajaram comigo pelas redes sociais, à minha história até ali, à família, à paixão devassadora que sentia por aquela terra, aquela gente...
Dicas:
ROMA
Restaurante Terme di Diocleziano: http://www.termedidiocleziano.it
Insalata Ricca: http://insalataricca.it
BELLAGIO
Ristorante Bilacus
PISA
Pizzeria La Buca: http://www.labuca.org
LUCCA
Reistorante Bucadisanantonio  : http://www.bucadisantantonio.it
FLORENÇA
Ristorante Il Latini: http://www.illatini.com
ORCIATICO
Ristorante La Mangiatoia di Orciatico
VOLTERA
Ristorante Molino d’Era: http://www.molinodera.com/hotel/it/ristorante









domingo, 25 de setembro de 2011

Milão cinza, mas com flores.

Não posso dizer que conheci Milão, pois preferi ficar na cidade de Como, à beira do lago e fazer apenas um passeio guiado de uma tarde pela capital mundial da moda, comprado pela Viator(http://www.viator.com/Milan-attractions/Da-Vincis-Last-Supper-Il-Cenacolo/d512-a727). Minha opinião é deveras superficial, pois não vivi a cidade nem saí do roteiro turístico. Quero voltar para mudar minha impressão.
Peguei o trem (eurostar) na estação Como San Giovanni, pela manhã e desci direto na estação central de Milão, a Milano Centrale, que é uma estação enorme de trem e metrô, com um movimento enlouquecedor de gente de todo o mundo. Comprei o bilhete de retorno para as 20h00, muito metida, falando como uma italiana. Fui de metrô até o local de onde sairia o tour – Foro Bonaparte e almocei por ali. Para começar o restaurante, Farinella, era cheio de mosquitos, grandes e famintos pernilongos e havia “sentinelas” queimando por todo o seu entorno. A comida não foi muito boa e o serviço, sofrível. Fiquei me esforçando para gostar da cidade, mas só conseguia defini-la como cinza, fria e cheia de mosquitos...   
O tour foi muito bom, começando com um passeio pela centro histórico, onde, a partir da visita ao Teatro La Scala (luxuoso), caminhamos pela Galeria Vittorio Emanuele (Shopping Center cuja arquitetura deslumbra os olhos mais do que as vitrines das marquinhas famosas), visitamos a famosa catedral de Milão (com suas 136 torres branquinhas indicando o caminho do céu...aos ricos), depois seguimos de ônibus para o Castelo Sforzesco (um dos lugares mais agradáveis da cidade, com um parque maravilhoso ao fundo) e por último a Igreja Santa Maria delle Grazie, onde se encontra a famosa pintura de Leonardo Da Vinci – a santa ceia. Para chegar até ele, uma infinidade de portas de vidro vigiadas que só se abrem para o próximo compartimento no momento em que o grupo anterior o esvazia. Mas vale a pena demais da conta. Fica na parede do fundo de um grande salão vazio, antigo refeitório do convento anexo à igreja. Já está bastante desgastada e os 15 minutos permitidos da vista voam! Sugiro que leiam antes sobre a obra, para poder apreciar melhor os detalhes
Encontrei um colírio para os olhos no outdoor de Cristiano Ronaldo tomando uma parede inteira do prédio da Armani e também flores mimosas nos jardins do Castelo e da Igreja.
Terminado o tour, voltei à estação, passeei no seu entorno, fiz um lanche e demorei bastante para descobrir que deveria pegar um trem até Monza e de lá outro para Como. Era um bem antigo da Trenitalia O trajeto era por bairros de periferia com prédios amontoados, esgoto e sujeira, o que me impressionou, pois não costumam aparecer nas imagens de uma cidade que é destacada como o pólo mundial da moda, do luxo e da ostentação. Voltando ao trem, tive a impressão de que os passageiros não pareciam muito amigáveis, mas percebi que eram simples trabalhadores extenuados que retornavam da lida. Cheguei em Monza já na escuridão da noite, caminhei por uma estação deserta até o binário indicado e esperei tensa por uma meia hora. Tinha certeza que estava num filme duvidoso. Apareceu um bêbado, uns rapazes barulhentos... e uma senhorinha com sacolas pesadas de compras. Perto dela respirei mais aliviada. Ao chegar a Como, tinha de atravessar uma praça imensa e escura e resolvi testar meus dotes atléticos até ter a sensação de segurança, que só chegou por completo quando tomei aquele banho, enrolei-me nas cobertas e ouvi do outro lado da linha a voz conhecida a dizer: “Filha, está tudo bem?”
Saguão do Teatro La Scala

Galeria Vittorio Emanuele
 Duomo de Milão

 Castelo Sforzesco




 Pátio da Igreja Santa Maria delle Grazie - onde está "A Santa Ceia" de Da Vinci
 Sem comentários... perdi o fôlego!

sábado, 10 de setembro de 2011

Em Roma, com um Padre.

Deixei os dois últimos dias da viagem (férias de julho de 2011), dedicados a Roma. No primeiro, faria as compras de todas as lembranças e encomendas da família e dos amigos e no outro, um passeio inusitado, com um padre brasileiro que mora por lá e até então eu não conhecia.
O primeiro dia foi um desastre, pois meu cartão fora bloqueado, não conseguia falar com o gerente e com nenhum funcionário da minha agência para desbloquear – o sinal do telefone estava péssimo e eu uma pilha de nervos. O cartão de crédito “visa” fornece um número para ligação a partir da Europa (551168457820), porém não avisa que a ligação somente pode ser feita via Embratel, com a necessidade de se acrescer na frente o nº 800 172 211. Sendo assim, fiquei andando pelas ruas, ligando desesperada para um numero que não aceitava chamada e para uma agência do Banco do Brasil onde não conseguia falar com o gerente ou outro empregado que me dissesse o que estava acontecendo. Fui salva por um amigo, que trabalha em outra agência, por pura generosidade, que me explicou o ocorrido, tomou as providências e informou com segurança a partir de quando ocorreria o desbloqueio – no dia seguinte. Resultado: sem presentes e nem lembrancinhas... só o carinho que trago na alma e as fotos e textos que posto aqui no blog – eis minha oferenda.
No segundo dia, acordei cedo, caminhei até o Vaticano, depois ao Pantheon e à Fontana di Trevi. Chegando a fome, fui almoçar no restaurante preferido de Roma, o Terme di Diocleziano e ao chegar, com a recepção calorosa dos garçons que lembravam até meu prato predileto, esqueci a raiva dos bancos e cartões! Em seguida, o encontro abençoado que revelou-se uma amizade daquelas que sentimos ficará para sempre. Marcamos na estação de metrô, na porta da Piazza del Popolo. Desde ali, aprendi que aquela era a principal entrada de Roma, para os gladiadores que se destinavam ao Coliseu, seguindo pela Via del Corso. Explicou-me que antes, desta porta, avistava-se o Coliseu ao fundo e ali já começava a batalha de vencer a si mesmo, os medos e ansiedades que antecediam às grandes lutas imortalizadas na historia e na arte. Atualmente, o monumento a Vittorio Emanuele II – conhecido como Bolo de Noiva, na Piazza Venezia, impede a visão do Coliseu. E eu que achava que a Via del Corso era só a rua de compras com as lojinhas H&M, Zara, Rinascente, Kiko, Coin... Visitamos o quadro “Conversão de São Paulo” de Caravaggio, na Igreja Santa Maria del Popolo; andamos pela Via del Corso, comemos em uma pizzaria alemã – e a pizza era boa! Fomos à Piazza di Spagna e depois terminamos o dia visitando a Igreja San Giovanni in Laterano, que é a mais importante de Roma, conhecida como a mãe das igrejas católicas do mundo. É lá onde os papas tomam posse. Foi construída por Constantino e possui estátuas dos 12 apóstolos. Foi um dia abençoado, divertido e absolutamente agradável em Roma... com um Padre, um fotógrafo e um amigo!
Pantheon
 Vaticano, ao fundo
 Corte de Cassazione
 Castel Sant'Angelo

 Piazza San Pietro e San Paolo
 Fontana di Trevi e suas belezas...
 Spaghetti ai vongoli vorace - Terme di Diocleziano
 San Giovvani in Laterano

 San Filippo

 Piazza di Spagna

sábado, 20 de agosto de 2011

Lucca no verão. 2011.

Lucca merece bis. Nela se vive uma das mais autênticas experiências da Italia – o concerto de em homenagem a Puccini, todo fim de tarde na Basilica San Giovanni. As lágrimas rolam pelo rosto lavando a alma com a mais pura emoção. Parece que a arte musical nasceu ali e se exibiu depois, pelo resto do mundo. Ao final da apresentação, tomar vinho na Enoteca Calasto- http://www.lucca-wine-treasures.com/winebar.php , saboreando as gostosuras da Toscana, como o queijo peccorino com mel.
O festival de verão atrai muita gente bonita e a cidade vibra, sem perder a calma de suas ruas e moradores. Muitas lojinhas espalhadas pela Via Fillungo fazem a alegria dos turistas sem pressa que fogem das grandes cidades, mas querem levar os seus souvenirs, de grife ou locais.
Para melhor aproveitá-la, vale a subida (230 degraus) na Torre Guinigi, de preferência pela manhã (abre a partir das 09:30) e saborear a vista completa da cidade e colinas ao seu redor.
Lucca é bucólica, antiga e jovem, cheia de surpresas. Passear pelos seus muros, respirar o ar puro das muitas árvores, sentar e relaxar...  a pausa perfeita numa viagem de verão pela Itália.