O Palazzo Pitti abriga um
complexo de museus e muitos traços da passagem da Família Medici, que o habitou
por um bom tempo. É um marco diverso no
oceano da arquitetura rebuscada renascentista. A aparência é modernosa, clean e
imponente, sem a presença de torres ou fossos que nos remetem à imagem dos
palácios. Sua fachada de pedra e o pátio vazio, sem árvores causam um impacto
visual diferente nos visitantes. Por dentro, o vermelho forte do revestimento
de algumas salas e suas cortinas, quebrado pelo verde igualmente marcante de
outras, reativam a memória da suntuosidade dos palácios. Obras de arte a perder
de vista no único museu que não é claustrofóbico!
Mas não se impressione com o lado
de fora, pois toda a glória do Pitti se encontra do outro lado, na beleza que é
o grande parque chamado Giardino di Bobboli. O Palácio visto do outro lado parece
ganhar vida e luz, mesmo que o prisma venha a partir de um dos famosos
obeliscos “presenteados” pelo Egito.
O Jardim esgota os adjetivos. É a
pausa para respirar e observar a cidade a partir do verde, mesmo no verão
escaldante. Isabela de Medici, grande mecenas da Toscana, filha do Grão Duque
Cosimo I, costumava colher frutas no pomar do Jardim para presentear os reis de
todo o mundo que se hospedavam em Florença. Tramas importantes se desenrolaram
nesse chão, inclusive parte da fictícia “Inferno” de Dan Brown. É uma área
extensa com grutas, estátuas (algumas de péssimo gosto), fontes e passagens de
recobrar o fôlego gasto na subida da ladeira. No topo está o Museu da
Porcelana, com um jardim de rosas na frente, tudo muito claro e arejado, com
todas as portas e janelas abertas e um banheiro charmoso, necessário após a
subida. O melhor é visitá-lo quando está vazio, delícia de passeio.
Do alto, uma vista das colinas
toscanas de alimentar a alma por todas as gerações da vida. Inesquecível e
imperdível. De outra ponta, após atravessar um gramado com frondosas árvores de
descanso, avista-se Florença com todo o seu esplendor.
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